SEM REVISÃO DO PLANO DIRETOR NÃO HÁ COMO RESOLVER OS PROBLEMAS CRÔNICOS DE NOVA LIMA E NEM ELABORAR UM BOM DISCURSO DE PALANQUE

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Sede histórica fica no ponto de gravidade do município, com sérios problemas de mobilidade urbana. A expansão foi pelas encostas íngremes. Foto/Internet

O purgatório dos políticos está chegando. Sim, eleição no Brasil virou um tribunal de inquisição, principalmente após o advento das redes sociais. A trepidação moral dos que tentam renovar o mandato é maior do que a dos que querem a sua cadeira.
Mas, convenhamos. Não é fácil governar e legislar numa cidade como Nova Lima. Um município não planejado e de topografia complexa. Além de um território maior do que o Belo Horizonte e seus 2,6 milhões de habitantes. Há muitos espaços vazios em sua cartografia.
São regiões distantes uma da outra. A sede fica na parte mais baixa. O Norte fica na divisa com BH, acerca de 15 km. A região Noroeste entra no território da capital, sentido Rio. E as demais áreas urbanas sem espaço para expandir.
As mineradoras ocuparam mais de 90%, dos 428 mil km quadrados do município, impedindo a expansão de sua área urbana. Aliás, a urbanização se deu na era colonial em lotes minúsculos ao redor das minas de ouro. Daí, os puxadinhos.
A expansão da área central foi para as encostas. Um crescimento desordenado de catres até hoje sem reboco. Espremidos pela falta de espaço e a topografia íngreme. A questão habitacional e de mobilidade urbana é, pois, desafiadora nesta área.
Isso, sem falar nas questões sanitárias. Apenas 20% do município tem esgotamento sanitário. O escoamento é em galeria única até os córregos afluentes do Rio das Velhas. Parte dos córregos foi coberto no passado para virar avenidas sanitárias.
Engenharia porca. É como tampar o vaso sanitário sem dar descarga. Cria-se uma solução viária e um problema de saúde pública gravíssimo. Abrem avenidas que deságuam em becos e vielas, criando-se gargalos no trânsito na região central.
O tráfego gravita para o hipercentro, sem alternativas de escoamento do trânsito, porque a cidade não é passagem para lugar algum. Ninguém passa por Nova Lima. Vai-se a Nova Lima. É um bate-volta pela MG-030 que serpenteia o entorno da sede
Para ir às demais regiões do município, tem que acessar a rodovia. O aceso a algumas delas, como a Noroeste, é pelo território de BH, via BR-356 para atingir o seu principal parque industrial, que é o bairro Jardim Canadá.
Como se vê, os problemas de Nova Lima sāo crônicos. O municipio é rico, bilionário, bem resolvido nos condomínios e bairros de luxo do extremo Norte, mas de altíssima complexidade no restante de seu território. Há que se pensar nisso.
É extremamente necessária a revisão de seu Plano Diretor que já passou — e muito — da hora de ser encaminhado à Câmara com as correções pertinentes, aos olhos dos vereadores, para a sua aprovação urgente, urgentíssima.
Sem está revisão, não se pode cobrar muita coisa dos governantes, porque não bastam ideias, vontade e disposição, se não há um planejamento. O dinheiro pode tudo e não pode nada ao mesmo tempo.

Um município do porte de Nova Lima, sem um Plano Diretor adequado à realidade de momento, é como um cego sem bengala. Não vai a lugar algum. Não há como se falar em desenvolvimento, pensar o seu futuro.

 

 
O PD é uma espécie de bússola da administração pública. Ele tem que entrar na pauta agora para guiar o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, porque para 2024 não dá mais tempo.
Sem o PD revisado não há como elaborar um bom discurso de palanque.

 

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