POLÍTICO QUE DESPREZA A CRÍTICA E A AUTOCRITICA PODE DESCER PELO ESGOTO

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Bolsonaro com seu tradicional gesto de "faz arminha", símbolo de um governo esnobe e galhofeiro. Foto Reprodução/agência Câmara.

O extraordinário advogado criminalista Marcelo Leonardo é autor de uma frase que é a síntese de quem quer flechar os incautos do poder: “Deixe eles errarem; quanto mais, melhor!”.

A frase foi cravada quando ele era meu defensor contra o que a polícia vinha tramando para tentar me condenar num crime do qual eu era uma vítima a ser transformada em culpado.

O “deixe errar” lança luz sobre todos os que, imbuídos de algum poder – e cercado de vaidades e excesso de confiança –, se sentem à vontade para galhofar e esnobar a lei.

Estas pessoas (políticos, principalmente) não se auto investigam, porque são cercadas de assessores convenientes, puxa-sacos, e de uma plateia embasbacada que não se importa com a crítica.

O resultado disso é o que vem ocorrendo com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua estafe. Governou sem se auto investigar, avesso às criticas, imaginando-se intocável numa bolha de bandidos.

Mal sabia ele que tinha observadores anônimos espiando tudo. Que o poder é efêmero, revisado a cada quatro anos. E pode cair nas mãos de inimigos beligerantes de fabricação própria.

O exemplo vale para toda a classe política. Quem despreza a autocrítica e não se importa com a de fora, se acha invisível, muito à vontade no que faz – como se estivesse no WC, pode descer pelo esgoto.

Os arautos da lupa estão por toda a parte, inclusive dentro do próprio governo e nos gabinetes dos parlamentares.

 

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