PEGOU MAL PARA WESLEY DE JESUS PROPOR UMA CPI NA PRIMEIRA REUNIÃO DESTA LEGISLATURA

Vereador Wesley de Jesus é advogado e adversário político do prefeito João Marcelo Dieguez. Foto/Arquivo
O vereador Wesley de Jesus é bem articulado e não precisa de ferradura para proteger o casco, mas ele exagerou ao pedir a instalação de uma CPI para investigar a falta de medicamentos nas farmácias de Nova Lima sob a responsabilidade da prefeitura, logo na primeira reunião da Câmara.
Acho precipitado começar um mandato com propostas beligerantes como essa, porque os vereadores mal tomaram assento à Casa. Além do mais, há meios de se investigar este tipo de situação para depois recorrer a um recurso extremo como a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
É algo desgastante, impacta a pauta e, quase sempre, improdutivo. Já cobri dezenas ao longo de minha carreira e poucas apresentaram solução para o objeto da investigação. Sugiro ao nobre vereador consubstanciar os elementos de provas para, depois então –exauridos todos os recursos –,propor a CPI.
Sou autor de um livro no Amazon que aborda a indústria farmacêutica e sei muito bem da complexidade deste tema. Outro dia mesmo fui a uma Araújo –a maior rede de drogaria do Estado –e não encontrei o remédio que queria: besilato de levanlodipino 2,5 mg. Um hipertensivo.
Nada de tão absurdo nisso: absurda é a variação do preço, conforme o laboratório e a própria farmácia –e a ganância do mercado farmacológico. Um ultraje. Mais de R$ 1 trilhão/ano. O Johnson & Johnson, o maior deles, teve uma receita em 2023 de US$ 85,2 bilhões (R$ 448 bi).
A crítica é construtiva e o vereador, indulgente que é, vai entender que errou.