Empreendimento cria o bairro Nova Vila que terá um museu terrestre do complexo industrial da antiga Morro Velho que chegou a ser a mina de ouro mais profunda do mundo. Foto/Divulgação

É preciso deixar bem claro para os moradores de Nova Lima o seguinte: mesmo se a Câmara não aprovar esta Operação Urbana Consorciada (OUC), o Nova Vila, da AngloGold Ashanti e da construtora Concreto, será construído no local previsto, porque esta planta independe da parceria com o poder público.

A obra é particular. Fica em terreno próprio, está licenciada e com zoneamento dentro da lei –e preço das unidades residenciais conforme o de mercado. Serão ofertados apartamentos de 55 metros quadrados ou mais, ao preço de R$ 7 mil o metro quadrado, portanto, dentro da realidade do seu público alvo que são os moradores da sede.

A parceria com a prefeitura, através da OUC, implica apenas em deveres e obrigações bilaterais: o município arcaria com a despoluição do córrego do Cardoso e a retirada do presidio do centro da cidade, numa negociação com o Estado. Já os donos do empreendimento imobiliário teriam que revitalizar e colocar para visitação pública o antigo pátio industrial da extinta Morro Velho.

O local teria que contar ainda com uma infraestrutura para eventos culturais, educacionais e recreativos, além de uma avenida ligando a Praça do Mineiro à rodoviária, em terreno da empresa. O acordo é este. Se os vereadores não aprovarem este contrato, o município fica de fora do empreendimento e desobrigado (sic) de despoluir o córrego e de retirar o presidio do centro.

Obrigações essas, aliás, que cedo ou tarde a prefeitura terá que cumprir, porque é incongruente uma cidade deste tamanho ter um presídio a poucos metros de sua praça principal, onde ficam a Prefeitura e a Câmara. A poluição do Cardoso é outro escárnio que o município tem que resolver, porque se trata de saúde pública. Isso vai de encontro com a preocupação de Monteiro Lobato na metade do século passado com as questões sanitárias e o seu caricato Jeca Tatu cheio de lombriga.

A OUC, portanto, é positiva no aspecto segurança e saúde pública. Esta discussão (e suas narrativas) vai muito além do impacto ambiental de um empreendimento imobiliário que, se a Câmara permitir, vai agregar turismo, eventos culturais e áreas de recreação para a cidade.

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