A SEDE DE NOVA LIMA NÃO PODE CONTINUAR SENDO APENAS UM PASSIVO PARA O MUNICÍPIO

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O oásis entre a sede de Nova Lima, onde a resistência ao progresso deixa a população a mercê das políticas públicas, e a região Norte que cresce a cada dia juntamente com a Noroeste, onde a cidade se desenvolve com grandes investimentos que tornam o município um dos mais ricos do Pais. Foto/montagem

Qualquer colegiado de comerciantes da sede histórica de Nova Lima vai ser contra a empreendimentos imobiliários no centro ou abaixo da MG-030. O argumento uníssono é de que não “queremos virar uma nova Vila da Serra”. Eles se referem ao desenvolvimento e a modernidade da Zona Norte e Noroeste da cidade.

É o chamado “preconceito reverso” arraigado na sede administrativa do município. O do “pobre contra o rico”. Alegam, como pano de fundo desta rejeição, questão da mobilidade urbana e, no caso dos comerciantes, a perda de clientes para os eventuais novos centros de compra.

Mas “esquecem” essas pessoas que quem sustenta a sede são as regiões Norte e Noroeste, onde o mercado imobiliário, o comércio e as indústrias, mais o setor de serviço, eventos, tecnológico, turístico, gastronômico e cervejeiro, entre outros, impulsionam e bancam a economia do município. A sede praticamente não produz nada.

Por esta razão, o encontro de comerciantes e empresários da cidade promovido pela Associação Comercial esses dias, e as respectivas opiniões deles a respeito, principalmente, da chegada de novos empreendimentos comerciais e residenciais nas proximidades da Praça dos Mineiros, não podem balizar a viabilidade ou não de novos empreendimentos.

Não estive no encontro. Mas vi a entrevista de alguns comerciantes pela TV Banqueta e o scout da situação feita pelo meu amigo Fred Sarti tendo, como escopo, a “insatisfação” do setor com a ida para a sede de novos empreendimentos imobiliários.

A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO

Até o final de 2003, quando o mercado imobiliário engatinhava na Zona Norte e na região Noroeste, o orçamento do município não chegava a R$ 250 milhões ao ano. A fonte desta receita vinha exclusivamente das minas de ferro do Jardim Canadá, ao Noroeste da cidade.

Um orçamento de “passa fome”, esta é a verdade, porque não havia diversificação da economia e dinheiro suficiente para investimentos nas políticas públicas. A extração do ouro, que gerava emprego na sede, encerrara as suas atividades no início da década de 1990. A partir de então, nem oferta de emprego havia na sede.

Com a taxa de desemprego altíssima, a única fonte de trabalho passou a ser o serviço público municipal que empregava em torno de 6 a 7% da população. Nova Lima não tinha dinheiro para nada. A Prefeitura chegou a ficar, entre 2014 a 2016, sem recursos até para pagar os servidores

Até que vieram os resultados positivos do boom imobiliário especialmente da Zona Norte, ainda que contestado, como sempre, pelos moradores da sede, e viraram o jogo. Os impostos municipais (ITBI,IPTU e ISS ) passaram a competir com os commodities e hoje pode-se dizer que estão meio a meio.

No rastro deste processo desenvolvimentistas, veio o progresso econômico do município, como um todo. Hoje Nova Lima é
considerada a cidade mais rica do País, com o setor imobiliário competindo com o do minério de ferro. Proporcionando, assim, condições de sustento de sua sede improdutiva.

As políticas públicas –saúde, educação, cidadania e a área social –consomem quase 2/3 do que produzem as regiões Norte e Noroeste do município. É nessas regiões que se concentram a principal força de trabalho do município e o desenvolvimento de uma economia diversificada e atraente.

Nova Lima cresce uma média de 10% ao ano. O orçamento de 2025 deve passar de R$ 1,6 bilhão. O município já é o 5° que mais arrecada no Estado. E tudo isso se deve a investimentos do setor privado, especialmente ao mercado imobiliário e o setor produtivo.

E a sede, onde se concentra a metade dos cerca de 110 mil habitantes, permanece parada no tempo. A sua população sobrevive do serviço público, que gera em torno de 10 mil empregos, e de um comércio fraco. E praticamente nenhuma indústria de porte, porque boa parte de seus moradores seguem a ideia tacanha dos que resistem ao desenvolvimento.

As políticas públicas proporcionam escolas e saúde de qualidade; tarifa única de R$ 2,00 no transporte urbano; investimentos em cursos profissionalizantes e de idiomas; políticas de transferência de rendas para as famílias de baixa renda e recursos previstos no orçamento de 1% para a erradicação da pobreza.

Todos estes investimentos são aplicados em benefício de apenas 30 a 40% da população majoritariamente da sede, porque nas regiões mais desenvolvidas da parte alta, divisa com BH, 90% não utilizam destes serviços.

A discussão é a seguinte: é justo a sede viver neste atraso, sem praticamente nenhum investimento de vulto, com um urbanismo de 200 anos atrás, sem qualquer progresso, sustentado pelas regiões mais desenvolvidas?

Não. Isso é um atraso injusto, perene, humilhante até para aqueles que, com muito sacrifício, construíram esta cidade. O poder público tem que mudar este jogo. O momento é agora: levar o progresso para a sede, sob pena de relega-la a um e um tempo que já não existe mais.

É por estas e outras razões que sou peremptoriamente a favor da Operação Urbana Consorciada ( OUC). O projeto, proposto pela Prefeitura, em parceria com a AngloGold Ashanti e a Construtora Concreto, prevê a construção de um empreendimento imobiliário multifuncional que vai gerar empregos, renda, cultura, fomento do turismo e progresso para a sede.

Sem progresso, cidade alguma vai a lugar nenhum. A sede de Nova Lima é uma prova disso. É atrasada porque resiste em aceitar mudanças, já que tem outras regiões que a sustentam.

Nova Lima não é de um e nem de dois. É de todos. E seu desenvolvimento tem que ser homogêneo, em todas as regiões do município.

https://youtu.be/b_paX6fwPLo?si=vy7T0kb5xGXhSgsK

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