MOBILIDADE URBANA EM NOVA LIMA TEM DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
Prédio de alto luxo de 30 pavimentos e 230 unidades vem sendo construído pela Patrimar ao lado do novo hipermercado Verdemar à margem da MG-030, no Vale do Sereno, poucos metros do Gargalo do Belvedere. O adensamento previsto para os dois empreendimentos licenciados pela Prefeitura é três vezes superior ao do Nova Vila. A Operação Urbana Consorciada prevista para uma área vazia, planejada, com opções de esporte, lazer, cultura e resgate da memória. A diferença do Nova Vila (a ser erguido pela Constutora Concreto em terreno da AngloGold Ashanti)para estes dois empreendimentos, é que a planta do Madson Square e o novo Verdemar não incomodam os vereadores. A questão da mobilidade urbana em Nova Lima tem dois pesos e duas medidas. Foto/Divulgação
Mobilidade urbana em Nova Lima tem dois pesos e duas medidas. A implicância de determinados vereadores da cidade com os empreendimentos na sede, em detrimento de outros bem maiores e complexos especialmente na Zona Norte, é a prova deste julgamento de situações semelhantes, porém, de forma diferente.
O maior exemplo desta incoerência legislativa é o projeto Nova Vila, que tramita na Câmara e foi arrastado para uma consulta pública por questões de “adensamento e travamento no trânsito” na sede, inclusive com apelos emocionantes pelo histórico do terreno.
O dia em que os vereadores optaram pela audiência pública para discutir esta Operação Urbana Consorciada do Nova Vila, vaticinei: vão expelir pelo traseiro o excremento de suas prerrogativas que é a de dar tratamento igual a dezenas de outros empreendimentos bem mais impactantes na cidade.
Mobilidade urbana é atribuição do Município, Estado e União. O empreendedor é um ativo que gera empregos, renda e desenvolvimento. O mercado imobiliário não pode ser privado de investimentos, por estes motivos.
O Nova Vila é uma proposta de um bairro novo, planejado, de baixo adensamento, com opção de esportes e lazer; resgate da memória, cultura, fomento do turismo, e o que mais importa: em uma área vazia. Não está no caminho de ninguém.
Se este empreendimento impacta ao ponto de se fazer uma consulta pública, em detrimento de seu trâmite institucional, no âmbito dos poderes políticos, imaginem o que farão com este boom imobiliário da região Norte.
Exemplo: o Verdemar está construindo no Vale do Sereno mais uma loja em Nova Lima. Vai ficar ao lado de uma nova torre de 30 andares, perto do condomínios Village Terrase. No gargalo de saída para BH. O adensamento previsto da população sedimentada e flutuante ali será muito maior do que o do Nova Vila.
O Madson Suárez (Alvará 209/2025) vem sendo erguido pela construtora Patrimar. Serão 230 apartamentos e uma unidade comercial. Fica colado no novo Verdemar, também licenciado, numa ADE. Ou seja, com regras restritivas de uso de ocupação do solo. Imaginem o trânsito ali como vai ficar.
Foi cogitada na Câmara alguma consulta pública sobre estes empreendimentos, porque estes, sim, vão reter o trânsito? Claro que não! Ainda bem. Porque se isso ocorrer, os empreendedores terão problemas e podem os empresários desistir de Nova Lima e caçar outro lugar para tocar seus negócios.
Afinal, fluir o trânsito em área pública é obrigação do município.
A toada é a mesma dos demais megaempreendimentos da Zona Norte nos últimos anos. Esta região é hoje uma das áreas mais valorizadas do País. Ela fez de Nova Lima a cidade mais rica de Minas, na proporção população/orçamento. É a maior renda capta do Brasil.
Repito: tem coisas que os políticos não devem meter o seu bedelho. Uma delas é querer barrar investimentos do mercado imobiliário por problemas de mobilidade urbana que é uma responsabilidade deles de fazer o trânsito fluir.
A menos que traga problemas para o meio ambiente. Mas, para tanto, existem as leis que protegem as matas, nascentes e maciços.
São estes empreendimentos que trazem progresso e desenvolvimento para o município. A sede administrativa da cidade está neste atraso todo em relação às regiões Norte e Noroeste, exatamente porque ali sempre foi o campo de visão da maioria dos políticos da cidade.
Faltou-lhes, ao longo de décadas, uma visão holística de uma cidade maravilhosa que precisa, apenas, de investimento em mobilidade urbana para abrir espaços para novos investimentos também na sede. Nova Lima é a única da Região Metropolitana que só tem a MG-030 de porta de saída.
A sede é um labirinto de puxadinhos, ruas e vielas, longe de ser uma Ouro Preto. Logo, quase tudo pode ser alargado, desapropriado, mas não foi. E quando surge um projeto imobiliário interessante em uma área vazia, vêm os vereadores e chamam a população para opinar se devem ou não autorizar a obra.
A sorte é que está situação beligerante foi bem controlada pelo presidente Thiago Almeida que contemporizou o ambiente. Mas que isso sirva de lição. Pau que dá em Chico, dá em Francisco. Querem implicar com a sede, então que impliquem também com outras regiões e impeçam Nova Lima de crescer.
