O EMPOBRECIMENTO DO DEBATE POLITICO NESTA ELEIÇÃO EM NOVA LIMA É VERGONHOSO

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Oposição ao prefeito João Marcelo Dieguez adota método anacrônico de desconstrução de seu governo, sem nenhuma proposta nova para justificar o pedido de voto para a troca do comando político do município. Foto/Divulgação

O debate político entre os candidatos a prefeito de Nova Lima – falo especialmente da oposição – empobreceu muito neste início de campanha em relação à eleição passada.

A fábula do “espelho meu” e a retórica de desconstrução do que o outro fez ou está fazendo – típica dos vendedores, onde o seu é bom e o dos outros não vale nada –, tem se revelado até agora o único argumento da oposição para destronar o prefeito João Marcelo Dieguez, do Cidadania.

Não vi nesta disputa pela prefeitura nenhuma proposta de governo, projetos, programas ou ideias novas. É só pancadaria, chute, rabo de arraia, dedo no olho e xingatórios. Até o denuncismo, tão comum nas pré-campanhas, é fraco.

A frouxidão é tamanha que fere de morte a inteligência e a paciência dos eleitores. Como me arredei do mix de reportagem para me dedicar a análise política dos fatos, observo tudo.

Ninguém vai ao cerne da questão. Essa é a verdade. Vejam os óbices da mobilidade urbana. A pavimentação da MG-437, por exemplo, parou em um dos oito quilômetros prometidos pelo Estado com aporte da prefeitura.

A obra, de extrema importância para o desafogo da MG-030, ligando a Sabará, Leste da Capital e do Estado, encalhou porque não interessa ao PL, do pré-candidato Vitor Penido, a sua conclusão neste governo.

Ah, mas o partido do governador Romeu Zema, o NOVO, apoia o prefeito. Sim, mas o governador é Bolsonaro de carteirinha. E a direita quer tomar de assalto a prefeitura de olho na receita prevista de R$ 6 bilhões para o próximo mandato.

Aí vem o engasgo: Vitor não crítica a paralisação da obra, por razões óbvias, pois é treta de seu partido, e o prefeito muito menos, porque foi abraçado pelo NOVO. E o PT não entra na briga por conveniência ou cegueira.

O mesmo ocorre com os péssimos serviços prestados pela concessionária Saritur, que explora o trecho Rio Acima/Raposos/Nova Lima/BH, no corredor da MG-030, retratados nas redes sociais.

Guerra de cegos, porque o problema é crônico. Começou na década passada com a falência do Expresso Novalimense, que começou a operar no município em 1973, trocando de proprietário na década de 1980.

A falência da empresa se deu por má administração de sua proprietária, que a herdou e ficou na mão do DER, até a frota se desmanchar no final da primeira década deste século. Sucatearam tudo.

O DER transferiu a concessão para a Saritur sem licitação. Cheguei a representar a fraude no Ministério Público a época, com uma série de reportagens do Jornal A Notícia denunciando o incesto que envolvia esta farsa, mas ficou nisso.

Deu no que deu. Aliás, tudo que depende do Estado em Nova Lima vira bagunça. Vejam o caso da delegacia regional que virou presídio no centro da cidade e governador nenhum – e nem o Poder Judiciário – resolve.

Na eleição deste ano o Estado acendeu uma vela para o santo e outra para o diabo em Nova Lima. E o Governo Federal, com seu PT todo bagunçado na cidade, não vai ajudar em nada.

Ou seja, o que depender do DNIT e da União para resolver questões viárias no município não irá adiante. Logo, o debate em torno disso será inócuo. A menos que contenha críticas a este jogo de cartas marcadas.

Resumo da ópera: Nova Lima vai continuar num beco sem saída, com apenas uma estrada pavimentada (é a única cidade de seu porte nessa situação em Minas e talvez até do País), por culpa do Estado.

Ainda assim, com um gargalho na entrada de Belo Horizonte, que é de responsabilidade do Estado e da PBH. E uma única linha de transporte coletivo que está caindo aos pedaços, como ocorreu com a sua antecessora. E o povo que se dane!

 

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