A IMPONENTE CASA GRANDE, PRINCIPAL SÍMBOLO DA ERA DA EXTRAÇÃO DO OURO EM NOVA LIMA, AGORA É DO SESI

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Com mais de 200 anos de história viva e afetiva na cidade, a Casa Grande vira Sesi. Foto/Divulgação

A mineradora sul-africana AgloGold Ashanti transferiu nesta terça-feira, 25/6, para o Serviço Social da Indústria (Sesi) o principal e mais relevante patrimônio histórico de Nova Lima – a Casa Grande, um imóvel do século 18 que serviu de moradia do primeiro proprietário da Mineração Morro Velho e depois foi sede da Saint John Del Rey Mining Company, instalada no município em 1834.

O casario, que abria o Centro de Memória da Morro Velho, era sede da AngloGold Ashanti e agora faz parte da estrutura  da Federação das Indústrias de MG (Fiegm). O espaço tem 33 mil m² de terreno e abrigará um novo complexo acadêmico da entidade.

O evento contou com a presença do governador Romeu Zema, do prefeito João Marcelo Dieguez, do presidente da AngloGold Ashanti na América Latina, Marcelo Pereira e do presidente da Fiemg, Flávio Rosco, entre diversas outras autoridades.

O novo Sesi Nova Lima vai abrir uma escola para 1.200 vagas destinadas aos ensinos Infantil, Fundamental I e II e Ensino Médio. O investimento inicial é de R$ 13,5 milhões, com a abertura da escola prevista para 2026, segundo informou o presidente da Fiemg.

Não é a Casa Grande o único patrimônio da era da extração do ouro que o município perde para terceiros. O pátio industrial da Morro Velho, onde fica até hoje as galerias da Mina Grande e Mina Velha, será transformado em um investimento imobiliário da AngloGold Ashanti e a Construtora Concreto.

A área, de 260 mil metros quadrados, será transformada num espaço plural, com prédios residenciais, comerciais, centros culturais e de convivência. O projeto está em fase avançada de ajustamento e licenciamento, devido ao impacto ambiental.

OPINIÃO

Sou contra a transferência do imóvel da Casa Grande para o Sesi. O correto seria a mineradora, que herdou não sei como todo o patrimônio da Morro Velho, tê-lo transferido para o município, porque faz parte do acervo histórico e afetivo da cidade. Quanto ao pátio industrial, ele ainda está de posse da sul-africana, mas tombado, não pode ser descaracterizado. Espero que o empreendimento a ser erguido no local em parceria com a Concreto, empresa aliás muito respeitada no mercado, apresente uma logística de mobilidade urbana e ocupação adequada para não impactar ainda mais o trânsito. Terá uma via de pista dupla de fácil acesso à MG-030, pela avenida Januário Carneiro, e a MG-437 que, se pavimentada, facilitará o desafogo do trânsito no sentido de Belo Horizonte. Importante dizer que o Rego do Carrapato, antes de responsabilidade da mineradora, foi transferido para a prefeitura, porém com seus córregos contaminados pelo esgoto. Um presente de grego que o município terá que resolver não sei como e quando.

 

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