THIAGO ALMEIDA E O NOVO PODER LEGISLATIVO
Analisando hoje o panorama político de Nova Lima, em relação às eleições passadas, notamos a supressão de algumas retóricas comumente utilizadas pelos candidatos a vereador.
O velho e roto discurso de moralização do Poder Legislativo, por exemplo –na maioria das vezes sofistas, porém realista e sempre atual, foi retirado da pauta nesta eleição.
De repente, o que era antes algo inexorável e coerente com o apelo popular, devido principalmente às denúncias da imprensa ( eu era o que mais combatia as falcatruas na Câmara), hoje já não tem serventia, nem para os justos e muito menos aos oportunistas.
Esta mudança de comportamento entre os candidatos e os próprios veículos de comunicação, em suas publicações remotas ou online, via redes sociais, se deve a um processo endógeno de moralização da Casa Legislativa nos últimos quatro anos.
O até então improvável ocorreu: os atuais vereadores conseguiriam, por meio da presidência — primeiro com Anisinho e depois com Thiago Almeida –acabar com a má fama do legislativo diante da opinião pública.
Anisinho, com a sua parcimônia e o discurso iminentemente pacifista, conseguiu aparar as arestas que atrasaram a sua posse em três meses (assumiu o cargo em marco de 2021) com o plenário em pé de guerra.
Ainda em 2022, Thiago Almeida foi eleito para o biênio 2023-2024 com nove meses de antecedência, fato inédito na Casa, com a missão de colocar o guizo nas questões mais delicadas e vulneráveis à corrupção.
Ele conseguiu com os seus pares acabar com a famigerada verba indenizatória que já foi de R$ 10 mil/mês para cada gabinete, uma prática iniqua que lesava os cofres públicos devido a má fé de alguns vereadores.
Eram R$ 1,2 milhão/anos de reembolso aos gabinetes, na maioria dos casos, por meio de notas frias de alimentação, de serviços não prestados por assessores contratados e de combustíveis não utilizados.
Combati muito esta roubalheira até que, na legislatura anterior, com Fausto Niquini presidente, esta verba foi reduzida à metade, mas continuou sendo desviada para o bolso dos vereadores de má fé.
Thiago Almeida botou um ponto final nesta falcatrua e foi além: reduziu também os cargos comissionados de altos salários que eram, em alguns casos, usados por laranjas para abastecer o bolso dos vereadores.
Era outra aberração: assessores com salário de R$ 15 mil, quase o dobro do subsidio dos vereadores, algo indecente, mas havia uma explicação: era, em grande parte, a forma de empregar afilhados para o cargo e ficar com a maior parte do dinheiro.
O foco da rachadinha estava neste esquema que contemplou vários ex-vereadores, um deles, Tiago Tito, que foi pilhado com a mão na botija na legislatura passada. Preso e condenado pelo crime, teve decretada a perda do mandato à unanimidade pelos seus pares.
Thiago Almeida conseguiu, ainda, passar para os efetivos os principais cargos de coordenação da Casa, função antes ocupadas em sua maioria por comissionados indicados pelos gabinetes.
Esta nova política de moralização do poder legislativo de Nova Lima o tornou incólume às críticas antes tão efusivas e justas. Estabeleceu-se na atual legislatura um marco divisor no Legislativo: o antes e do depois da administração de Thiago Almeida.
Antes, este poder era podre, sem crédito e vulnerável a falcatruas. Hoje a realidade é outra. Deus queira que os responsáveis por essa mudança renovam os seus mandatos para o bem de todos.
A permanência de Thiago Almeida (foto) e de seu grupo na próxima legislatura será a garantia de uma Câmara sem os riscos de um retrocesso ao seu passado nefasto que tanto mal fez a Nova Lima.