EX-VEREADOR TIAGO TITO TENTA MAIS UMA VEZ TUMULTUAR A JUSTIÇA ACUSANDO OS EX-COLEGAS DE “PERSEGUIÇÃO”
Está em análise na 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de MG a argumentação da defesa do ex-vereador de Nova Lima Tiago Tito que, durante a sustentação oral no julgamento do colegiado nesta quinta-feira,6/6, reiterou a tese de perseguição política e falhas processuais na acusação que levou o réu a ser condenado em primeira instância por crime de rachadinha.
Diante do protesto, a desembargadora relatora do processo, Âmalin Aziz Sant´Ana, pediu vistas dos autos para verificar o caso. Não há prazo para a retomada do julgamento. Sem a condenação de segunda instância, o réu fica apto a registrar uma eventual candidatura a vereador, mesmo sentenciado pelo crime praticado durante o seu mandato.
Tito foi condenado a cinco anos e quatro meses por tomar de sua funcionária Lorena Cristina boa parte dos mais de R$ 14 mil de salário que ela recebia da Câmara como assessora parlamentar dele e, diante da resistência dela de não mais devolver o dinheiro e nem retirar a queixa (ela ficava apenas com R$ 2 mil) na polícia, ele passou a ameaça-la.
As ameaças foram mais contundentes nos dias 30 e 31 de dezembro, quando encerrava a legislatura e véspera do início da atual, para a qual ele foi reeleito. Coincidentemente, nestas 48 h de transição de um mandato para outro e posse da nova Mesa Diretor, ele começou a articular a sua eleição para compor a futura diretoria da Casa, como membro ou presidente.
O tuMulto que ele aprontou foi tamanho para aumentar o seu poder que retardou em três meses a posse do novo presidente Anísio Clemente Filho, Anisinho, eleito em 1° de janeiro de 2021 pelo critério de desempate por ser mais velho que o seu concorrente. A eleição foi judicializada pelo grupo de Tito que não aceitou a decisão.
Mesmo após a sentença final do TJ em maio daquele ano legitimando a posse de Anisinho, Tito continuou tumultuando a Câmara e a sua funcionária, o que levou a justiça a determinar a sua prisão preventiva pelo crime de rachadinha, ameaças a testemunhas e dificultar o andamento do processo
Ele queria mais poder e dinheiro, segundo os autos, e ficou, por esta razão, preso até dezembro, sem ao menos ter o direito de participar das sessões plenárias, devido ao risco que oferecia às testemunhas e ao trabalho da justiça. Em decorrência disso, ele teve decretada a perda do mandato por faltar mais de um terço das reuniões, em decisão unânime do plenário.
Por essas e outras razões, o réu deve ter a sentença confirmada pelo TJMG, até porque ele articula a volta à Câmara pelo PRD, caso seja inocentado ou a sua defesa consiga postergar o julgamento do colegiado para após a eleição. A trama é a mesma de antes, com a diferença de que no momento ele não pode fazer uso do poder para engendrar a impunidade.